Tudo sobre o Indio Gigante, o maior galo do mundo!

Por Matheus Bavaresco

Publicado em 10 de janeiro de 2025 e atualizado a 2 dias

A galinha Índio Gigante é uma raça de galo doméstico genuinamente brasileira, famosa por seu enorme porte e aparência impressionante. Considerada uma das maiores raças de galinha do mundo, um galo Índio Gigante adulto ultrapassa facilmente 1 metro de altura e pode pesar de 6 até 10 kg nos casos excepcionais. Originada a partir de cruzamentos de galos de briga com galinhas caipiras, essa raça desenvolveu-se ao longo das últimas décadas do século XX no Brasil. Hoje, o Índio Gigante conquistou criadores em todo o país – é manso, vistoso e muito valorizado, chegando a ter exemplares vendidos por pequenas fortunas. Quer saber tudo sobre a raça Índio Gigante? Continue lendo este guia completo!

Postura e valor dos ovos

Em média de 90 a 120 ovos por ano. Valor da duzia:
Entre R$200,00 e R$800,00

Categoria de raça

Genética conhecida por ser excelente como ave do tipo Ornamentais

Peso

Galos: 7 kg quando adulto
Galinha: 5 kg quando adulta

Em dieta de engorda*

Origem da raça Índio Gigante

A raça Índio Gigante surgiu no Brasil, por volta do final dos anos 1980 e início dos 1990, a partir do cruzamento de galos combatentes (galos de rinha) com galinhas caipiras nativas. Raças como o Shamo e o Malaio também influenciaram na formação genética. Criadores selecionaram os maiores descendentes a cada geração, dando origem ao padrão atual.

Hoje a raça possui um padrão definido e conta com associações de criadores que registram e promovem seu melhoramento genético. Minas Gerais e Goiás são considerados os berços dessa criação. Apesar da origem ligada a galos de briga, atualmente o Índio Gigante não é usado em rinhas e sim como ave ornamental e genética de melhoramento.

Índio Gigante hoje é uma ave ornamental

Atualmente, o Índio Gigante é valorizado principalmente como ave ornamental e para exposições. Também é utilizado em programas de melhoramento genético, cruzando com galinhas caipiras para produzir aves mestiças maiores e mais pesadas. O mercado de genética é muito lucrativo: em vez de abater, criadores vendem ovos, pintinhos e reprodutores, alguns por valores que chegam a centenas de milhares de reais.

Características do Índio Gigante verdadeiro e falso

  • Altura e peso: galos devem medir no mínimo 1,05 m e galinhas 0,95 m. Muitos ultrapassam 1,20 m de altura.
  • Pernas: longas, grossas e de cor amarela intensa.
  • Corpo e postura: volumoso, musculoso, peito largo e postura ereta.
  • Cabeça e barbela: cabeça grande, pescoço firme e barbela única (papada inteira).
  • Plumagem: todas as cores são aceitas, incluindo variedades como Índio Gigante Urubu (preto) e Polaco Gigante (pescoço pelado).
  • Temperamento: dócil com pessoas, mas machos podem brigar entre si.

Para evitar adquirir um “falso” Índio Gigante, é importante conhecer esses padrões e comprar apenas de criadores confiáveis.

Qual o valor dos ovos ou da genética

O mercado do Índio Gigante é aquecido e seus preços impressionam:

  • Ovos férteis: variam de R$ 200 a R$ 1.000 a dúzia, dependendo da linhagem.
  • Pintinhos: entre R$ 50 e R$ 200 cada, podendo chegar a R$ 600 em linhagens altas.
  • Adultos: casais ou trios variam de R$ 1.000 a R$ 3.000, mas campeões podem ultrapassar R$ 100 mil.

Os altos valores refletem raridade, demanda e custos de criação, além da busca por genética diferenciada.

Dica: No mercado existem grupos e feirões online (redes sociais, sites especializados) onde criadores vendem ovos e animais. Sempre verifique a reputação do vendedor, peça fotos reais e medidas dos reprodutores, e se possível busque referências em associações oficiais antes de concretizar a compra de genética Índio Gigante. Eu recomendo o nosso grupo de negócios de aves e ovos para quem está localizado na região sul do Brasil, mas há mais grupos por todo o Brasil.

Manejo e cuidados

  • Espaço: galinheiros amplos, com pelo menos 2 m de altura e 4 a 5 m² por ave.
  • Poleiros: baixos, cerca de 50 cm, para evitar lesões.
  • Clima: rústico e adaptável, mas precisa de abrigo seco e ventilado.
  • Convívio: machos devem ser criados separados; um galo cobre até 10 galinhas.
  • Saúde: vacinação, vermifugação regular e higiene são essenciais.

Alimentação

A alimentação do Índio Gigante deve ser balanceada em todas as fases:

  • Iniciais: ração farelada com 20-22% proteína.
  • Crescimento: 18-20% proteína, com cálcio e fósforo adequados.
  • Postura: ração rica em cálcio, cerca de 3,5%.

É importante oferecer suplementos vitamínicos (especialmente vitamina D3), além de capim, hortaliças e milho em pequenas quantidades. A água deve ser sempre fresca e limpa.

Idade Consumo de Ração (por dia) – Índio Gigante
1ª semana 12–15 g
2ª semana 18–22 g
3ª semana 25–30 g
4ª semana 32–38 g
5ª semana 40–45 g
6ª semana 48–55 g
7ª semana até 3º mês 60–80 g em média
4º a 5º mês (pré-postura / crescimento) 90–110 g em média
Adulto (postura ou reprodutores) 120–150 g em média

O problema da perna bamba no Índio Gigante

Em resumo:

  1. Causa: deficiência nutricional (cálcio, fósforo e vitamina D), crescimento rápido sem suporte alimentar e, em alguns casos, predisposição genética.
  2. Prevenção: alimentação de qualidade desde pintinho, suplementação correta, exposição ao sol e espaço para exercício. Evitar reproduzir aves que apresentaram o problema também ajuda a reduzir casos futuros.

A chamada perna bamba ocorre quando o animal não consegue sustentar o próprio peso, ficando manco ou sem equilíbrio. As principais causas são deficiência nutricional (cálcio, fósforo e vitamina D), crescimento rápido sem suporte alimentar e, em alguns casos, predisposição genética.

A principal causa apontada é nutricional e de manejo. Devido ao crescimento acelerado e ao grande porte do Índio Gigante, se o animal não receber nutrientes suficientes durante a fase de crescimento, especialmente cálcio, fósforo e vitamina D (que fortalecem ossos), sua estrutura óssea não se desenvolve adequadamente. Os ossos ficam porosos, finos ou fracos, incapazes de aguentar o peso crescente do corpo. É uma situação semelhante ao que acontece com frangos de corte industriais quando têm deficiência nutricional: as pernas não aguentam e entortam ou enfraquecem. No Índio Gigante, isso ganha proporção maior pelo tamanho atingido. Portanto, geralmente a perna bamba aparece em frangos jovens ou galos novos que cresceram rápido, porém sem alimentação balanceada – por exemplo, foram criados soltos com pouca ração ou ração de baixa qualidade, sem suplementação adequada.

Há também um componente genético possível: aves com predisposição a problemas ósseos (pais que tiveram perna fraca) podem gerar filhotes propensos a isso. Por fim, outros fatores como falta de exercício (animais confinados em espaço muito apertado) ou excesso de peso por superalimentação podem agravar o quadro. Em resumo, é um problema de origem multifatorial, mas centrado em ossos fracos x peso elevado.

O orgulho brasileiro!

A raça Índio Gigante é uma das mais impressionantes do Brasil, unindo tamanho, rusticidade e valor de mercado. Com origem genuinamente brasileira, tornou-se uma ave ornamental e de melhoramento genético de grande destaque. Com manejo correto, alimentação adequada e atenção à saúde, é possível criar galos e galinhas gigantes que chegam a mais de 1,20 m, orgulho para qualquer criador.

Artigo escrito por Matheus Bavaresco

Criador e amante de aves, publico meus conhecimentos e artigos importantes para todos os criadores.

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